SOPRO
TÍTULO ORIGINAL: SOPRO
DIREÇÃO: Tiago Rodrigues
PORTUGAL, 2017 | 1h45min | Classificação indicativa: 12 anos
COMUNICADO
Sopro, programado para estrear no Brasil em março deste ano, teve canceladas suas sessões em razão da pandemia. Agora, a peça fica disponível na íntegra entre os dias 1 e 7 de junho no Youtube do Centro Cultural Fiesp e o diretor e dramaturgo faz uma live dia 6 de junho com mediação do crítico Daniel Toledo
©Christophe Raynaud
13/3, às 20h
14/3, às 20h
15/3, às 19h
LOCAL: Teatro Sesi SP
*As reservas pelo site são garantidas até 15 minutos antes do início do espetáculo. Serão liberados até 2 ingressos por pessoa.
Homenagem ao teatro e seus bastidores, o espetáculo é construído a partir das lembranças de Cristina Vidal, que há quase 30 anos trabalha como ponto (a pessoa que sopra as falas para atores que se esquecem do texto) no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Essa personagem das sombras está pela primeira vez sobre o palco, acompanhada por cinco atores. Num cenário que simula um teatro em ruínas, com mato crescendo em meio às tábuas, ela surge com texto em mãos, soprando as falas para o elenco. É por meio deles, os intérpretes, que Vidal reconta a sua trajetória e a história da própria casa de espetáculos. Guardiã de uma atividade em vias de extinção, ela evoca memórias reais e fictícias, mesclando causos das coxias, fantasmas de artistas que por ali passaram e clássicos da dramaturgia, como textos de Tchékhov, Racine e Molière.
Ator, diretor e dramaturgo, Tiago Rodrigues aborda o teatro como uma assembleia: um local de encontro e partilha de ideias. Notabilizou-se por espetáculos que trafegam entre a realidade e a fantasia, com grande sofisticação poética e de pensamento. Quando ainda era estudante, em 1997, trabalhou com o grupo tg STAN e, em 2003, cofundou a companhia Mundo Perfeito com Magda Bizarro, na qual criou e apresentou cerca de 30 espetáculos em mais de 20 países. Foi também professor de teatro em instituições como a escola de dança belga PARTS, dirigida pela coreógrafa Anne Teresa de Keersmaeker, a escola suíça de artes performativas Manufacture e o projeto internacional École des Maîtres. Paralelamente ao seu trabalho em teatro, escreveu argumentos para filmes e séries de TV, artigos, poesia e ensaios. Algumas das suas obras mais notáveis são By Heart, Antônio e Cleópatra, Bovary, Como Ela Morre e Sopro, que estreou no Festival d’Avignon de 2017. Em 2018, ganhou o XV Prémio Europa Realidades Teatrais. No mesmo ano, foi distinguido pelo governo francês com o título Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres (Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras), e recentemente recebeu o Prêmio Pessoa 2019. Desde 2015, Rodrigues é o diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, um dos principais teatros da Europa.
CRÍTICAS
Com Sopro, Tiago Rodrigues assina um espetáculo conceitual e ao mesmo tempo profundamente emocionante. Uma homenagem vibrante ao teatro e àqueles que o fazem.
Esse vaivém por vezes bastante cômico entre a criatura dos bastidores e seu dramaturgo tagarela (de quem ela zomba com frequência), além dessa virtuosidade que se mistura às anedotas de sua carreira, é o que dá uma leveza infinita a Sopro e nos dá a impressão de participar da situação, de nunca estar de fora dessa evidente cumplicidade que une personagens e atores: enfim, de respirar o mesmo ar que eles. No centro desse discurso, surgem trechos de peças nas quais Vidal precisou intervir. São clássicos do repertório, As Três Irmãs, O Avarento ou Bérénice, e nossa lembrança faz aumentar a emoção da experiência. Tiago Rodrigues reaviva essas “criaturas do vento”, centenárias, por meio de nós e conosco, com uma graça e uma inteligência que fazem de Sopro uma obra inesquecível.
TEXTO E ENCENAÇÃO: Tiago Rodrigues
COM: Beatriz Maia, Cristina Vidal, Isabel Abreu, Marco Mendonça, Romeu Costa e Sara Barros Leitão
ELENCO ORIGINAL: Beatriz Brás, Cristina Vidal, Isabel Abreu, João Pedro Vaz, Sofia Dias e Vítor Roriz
CENOGRAFIA E DESENHO DE LUZ: Thomas Walgrave
FIGURINOS: Aldina Jesus
SONOPLASTIA: Pedro Costa
ASSISTENTE DE ENCENAÇÃO: Catarina Rôlo Salgueiro
OPERAÇÃO DE LUZ: Daniel Varela
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Rita Forjaz
ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO: Joana Costa Santos
PRODUÇÃO: Teatro Nacional D. Maria II
COPRODUÇÃO: ExtraPôle Provence-Alpes-Côte d’Azur, Festival d’Avignon, Théâtre de la Bastille, La Criée Théâtre National de Marseille, Le Parvis Scène Nationale Tarbes Pyrénées, Festival Terres de Paroles Seine-Maritime – Normandie, Théâtre Garonne Scène Européenne e Teatro Viriato
APOIO: Onda
AGRADECIMENTOS: Agnès Troly, Beatriz Maia, Carla Bolito, Carla Galvão, David Pinto, Filipa Matta, João Coelho, Julie Bordez, Magda Bizarro, Marco Mendonça, Mariana Magalhães, Paul Rondin, Romeu Costa, Sara Barros Leitão, Teresa Coutinho, equipe do Festival d’Avignon, equipe técnica do Cloître des Carmes e ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual
ESTE ESPETÁCULO É APOIADO PELO INSTITUTO CAMÕES