STABAT MATER

DIREÇÃO: Janaina Leite

SÃO PAULO/SP, 2019 | 1h50min | Classificação indicativa: 18 anos

Stabat Mater ©Andre Cherri
©Andre Cherri

11/3, às 20h
12/3, às 20h

LOCAL: Teatro Cacilda Becker

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O Corpo da Mulher, Suas Representações e a Coragem da Verdade
Desmontagem Stabat Mater
Escritas de Si: Feminismo, Performance e Política
Diálogos transversais

Sinopse

O espetáculo, cuja abertura de processo foi apresentada na edição anterior da MITsp, é parte de uma pesquisa mais ampla de Janaina Leite sobre o real no teatro – agora sob a luz do obsceno. A partir do texto teórico Stabat Mater (em latim, estava a mãe), da filósofa e psicanalista Julia Kristeva, a artista e pesquisadora propõe o formato de uma palestra-performance sobre o feminino, remontando à história da Virgem Maria, ao mesmo tempo em que tenta dar conta do apagamento de sua mãe em sua peça anterior, Conversas com Meu Pai. Acompanhada por sua própria mãe e pela figura de Príapo, personagem para o qual buscou-se um ator pornô, ela articula de forma radical temas historicamente inconciliáveis como maternidade e sexualidade. Tendo o terror e a pornografia como bases estéticas, Leite investiga as origens de um arranjo histórico entre o feminino e o masculino, que o trabalho tenta desarmar não sem antes correr riscos e enfrentar os mecanismos de gozo e dor que fixam essas posições.

Histórico

Janaina Leite é referência na pesquisa sobre o uso de documentário e autobiografia no teatro brasileiro. Atualmente desenvolve seu doutorado em artes cênicas apoiado pela Fapesp, na Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP). Concebeu os espetáculos Festa da Separação: Um Documentário Cênico, Conversas com Meu Pai e Stabat Mater, pelo qual foi indicada, em 2019, ao Prêmio Shell de Teatro na categoria dramaturgia. Publicou o livro Autoescrituras Performativas: do Diário à Cena, consolidando sua pesquisa em teatro documental. Idealizou e coordenou os grupos de estudos Feminino Abjeto 1, Memórias, Arquivos e (Auto) Biografias e Feminino Abjeto 2. Também é co fundadora, atriz e diretora no Grupo XIX de Teatro, com quem criou e atuou em diversos espetáculos reconhecidos pelos principais prêmios e fundos de apoio do país.

CRÍTICAS

O que aqui se quer destacar na encenação, que parte, aliás, de um texto autoralíssimo, é o embate que a autora propõe, sistemática, paciente e generosamente entre realidade e representação. De extremos simplórios, como o efeito mais potente do falso tapa na cara, a epistemológicos, como do real intangível, ou do trauma inextinguível, há um honesto e diligente empenho em expor a história de uma exploração vertical sobre o ser e o parecer da verdade. Sim, talvez isso não seja mais o teatro em muitos sentidos, mas é subversivo principalmente porque mesmo despido de qualquer pudor pessoal ou artístico, consegue representar o irrepresentável que desafia.
LUIS FERNANDO RAMOS, crítico e pesquisador teatral 

A proposta de criação de uma cena de sexo explícito entre Janaina e um ator pornô endossa a evidente filiação de Stabat Mater com o teatro de Angélica Liddell. Tal como nas criações da multiartista catalã, a violência masculina contra as mulheres surge como tema e a forma performática convida a atriz a expor o corpo a situações-limite. A princípio, a proposição mira uma subversão de dois eixos: a vítima do estupro, o corpo antes supliciado, agora estará no controle. E a mãe, sempre silente, será instada a chocar-se, a mover-se.
MARIA EUGÊNIA DE MENEZES, Teatro Jornal

Ficha Técnica

CONCEPÇÃO, DIREÇÃO E DRAMATURGIA: Janaina Leite
PERFORMANCE: Janaina Leite, Amália Fontes Leite e Príapo
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: Príapo amador (Lucas Asseituno) e Príapo profissional (Loupan)
DRAMATURGISMO E ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Lara Duarte e Ramilla Souza
COLABORAÇÃO DRAMATÚRGICA: Lillah Hallah
ASSISTÊNCIA GERAL: Luiza Moreira Salles
DIREÇÃO DE ARTE, CENÁRIO E FIGURINO: Melina Schleder
ILUMINAÇÃO: Paula Hemsi
VIDEOINSTALAÇÃO E EDIÇÃO: Laíza Dantas
SONOPLASTIA E OPERAÇÃO DE SOM E VÍDEO: Lana Scott
OPERAÇÃO DE LUZ: Maíra do Nascimento
PREPARAÇÃO VOCAL: Flavia Maria
PROVOCAÇÃO CÊNICA: Kenia Dias e Maria Amélia Farah
CONCEPÇÃO AUDIOVISUAL E ROTEIRO: Janaina Leite e Lillah Hallah
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Wilssa Esser
PARTICIPAÇÃO EM VÍDEO: Alex Ferraz, Hisak, Jota, Kaka Boy, Mike e Samuray Farias
IDENTIDADE VISUAL, PROJEÇÕES E MÍDIAS SOCIAIS: Juliana Piesco
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Frederico Paula – Nossa Senhora da Pauta
FOTOS E REGISTRO EM VÍDEO: André Cherri
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO: Carla Estefan
GESTÃO DE PROJETO: Metropolitana Gestão Cultural

ENTREVISTA
Críticas