O QUE FAZER DAQUI PARA TRÁS

TÍTULO ORIGINAL: O QUE FAZER DAQUI PARA TRÁS

DIREÇÃO: João Fiadeiro

PORTUGAL, 2015 | 1h | Classificação indicativa: 12 anos

O que Fazer Daqui pra Trás ©Patricia Almeida
©Patricia Almeida

7/3, às 19h
8/3, às 19h
9/3, às 19h

LOCAL: Teatro Cacilda Becker

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Intercâmbio artístico: Como Não Saber Juntos: O que Fazer Daqui para Trás_in situ
Conversa performática: O que Eu Sou Não Fui Sozinho
Lançamento de livros
Diálogos transversais

Sinopse

Em O que Fazer Daqui para Trás, João Fiadeiro explora o tempo – duracional, suspenso, intervalar – e foca a sua atenção naquilo que fica, no que foi esquecido, no “resto”. O resto cria o vazio: é a prova da ausência de uma presença – ou melhor, é a presença de uma ausência. É no resto que se encontram os traços e os rastros para dar início à impossível tarefa de reconstruir o mundo, uma e outra vez. O resto é também o que está entre o corpo e a presença do outro, uma fuga permanente para coisas que ainda não são, para o que as coisas podem ser. O espetáculo, que faz uma crítica à urgência e à rotina acelerada, se posiciona entre a dúvida e a possibilidade. Nele, o não dito é mais importante do que o que se diz, a ausência se sobrepõe à presença e o drama não vem do teatro, mas daquilo que os corpos – dos performers e dos espectadores – podem, têm e trazem.

HistóricoPerformer, coreógrafo e pesquisador, João Fiadeiro integra a geração de coreógrafos lusitanos que emergiu no final dos anos 1980 e deu origem à chamada Nova Dança Portuguesa. Suas peças navegam entre disciplinas (performance, dança e teatro), contextos (teatros, museus ou site specific) e formatos (coreografias, eventos ou conferências). Seu trabalho é apresentado pela Europa, América do Norte e América do Sul. Entre 1990 e 2019, foi o diretor artístico do Atelier RE.AL. Também colaborou intensamente com a companhia de teatro Artistas Unidos, tendo dirigido Esperando Godot, de Samuel Beckett, Psicose 4:48, de Sarah Kane, e Nightsongs, de Jon Fosse. Nos anos 1990, Fiadeiro desenvolveu e sistematizou a sua própria pesquisa sobre improvisação e composição, chamada Composição em Tempo Real, método com o qual ganhou projeção internacional. Entre 2011 e 2014, dirigiu com a antropóloga Fernanda Eugénio o projeto AND_Lab. Em 2019, foi curador ao lado de Romain Bigé da exposição Esboços de Técnicas Interiores, realizada na Culturgest, em Lisboa. A mostra é o primeiro olhar retrospectivo do trabalho e legado de Steve Paxton.

CRÍTICAS

Em O que Fazer Daqui para Trás, há uma regra performativa, inteligente e constante, com implicações decisivas e valiosas (…) O palco despido, a rarefacção de objetos e o recurso a um só princípio coreográfico são indícios de um “tempo sem” – sem dinheiro, sem coisas, sem direitos… – e talvez do equilíbrio esgotante da corrida pela sobrevivência.

PAULA VARANDA, Ípsilon

A exaustão genuína – os artistas estão realmente dando voltas pelo teatro – torna o discurso desprovido de enfeites ou artifícios. Com exceção do microfone, o palco está totalmente vazio. Sinto que estou assistindo a uma coreografia do tempo, um teatro físico da memória.

KATE MATTINGLY, Baywatch

Ficha Técnica

CONCEPÇÃO E DIREÇÃO: João Fiadeiro
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Carolina Campos
PERFORMANCE E COCRIAÇÃO: Adaline Anobile, Carolina Campos, Márcia Lança, Iván Haidar e Daniel Pizamiglio
DESENHO DE LUZ: Colin Legran
DIREÇÃO TÉCNICA: Leticia Skrycky
COPRODUÇÃO: Teatro Maria Matos (Lisboa) e Teatro Rivoli (Porto)
APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO: Direção Geral das Artes / Governo de Portugal
APOIO INSTITUCIONAL: Câmara Municipal de Lisboa
RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS: Arquipélago / Centro de Artes Contemporâneas (Açores), Santarcangelo Dei Teatri (Itália) e Atelier Real (Lisboa)

ESTE ESPETÁCULO É APOIADO PELO GOVERNO DE PORTUGAL | DGARTES

Críticas