ORLANDO
TÍTULO ORIGINAL: Orlando
*instalação vídeo-musical
DIREÇÃO: Julie Beauvais e Horace Lundd
SUÍÇA/FRANÇA 2017 | 60min | Classificação indicativa: livre
7/3, às 16h e às 18h
8/3, às 16h e às 18h
Local: Teatro Sérgio Cardoso
Romance de Virginia Woolf sobre um personagem andrógino, que flui entre o feminino e o masculino, Orlando é o ponto de partida desta ópera-instalação, que combina coreografia, vídeos e música ao vivo dentro de um cenário imersivo, pelo qual o público pode circular. O trabalho, dirigido pela suíça Julie Beauvais e pelo francês Horace Lundd, investiga os temas tratados no livro, como gênero e identidade, e questiona quais seriam os Orlandos de hoje, habitantes de um mundo imerso no paradigma pós-binário. Sobre as sete telas que contornam a instalação, são projetados lado a lado personagens de Berlim, Kinshasa, Marfa, Londres, Belo Horizonte, Lisboa, Chandolin, Patagônia e Holanda, todos filmados em cenários externos e etéreos, conectando o horizonte de várias regiões do mundo.
*Após a sessão, os artistas fazem uma conversa com o público
A suíça Julie Beauvais transita entre a ópera, o teatro, a dança, intervenções arquitetônicas, vídeos e instalações performativas. Seus trabalhos exploram as experiências do corpo e a consciência humana. Ela começou a carreira nos Estados Unidos, depois de estudar na École Jacques Lecoq, em Paris. Em Chicago, ela co fundou o Sprung Theatre, onde desenvolveu trabalhos coreográficos, e na sequência criou em Genebra a companhia Mondes Contraire. Ela passou a se debruçar, em 2006, na dinâmica que a voz lírica provoca no corpo do cantor e, por extensão, no espaço em que ele se apresenta. Desde 2013, dirige a BadNewsFromTheStars*, uma plataforma com sede em Valais, na Suíça, que reúne cantores de ópera, músicos, artistas multimídia, arquitetos, cenógrafos e coreógrafos para explorar as possibilidades da ópera – e confrontar esse formato com diferentes territórios. Essa pesquisa interdisciplinar resulta num trabalho lírico, que é compartilhado com o público por meio de videoinstalações, performances, filmes e produções de grande porte. Já o artista plástico francês Horace Lundd trabalha com instalações imersivas e criações visuais para vídeos, performances e cenários. Sua obra investiga a narração na arte contemporânea e em espaços liminares.
CRÍTICAS
Ao centro do poliedro formado pelos painéis, dois músicos alternam-se em tocar a composição sonora de Christophe Fellay. Se os espectadores que passeiam pelo lado de fora da estrutura projetam uma sombra que atravessa esses sete fantasmas perenes, aqueles que se agrupam no centro acabam contemplando uns aos outros como se contemplassem os embaixadores de uma humanidade enfim liberta de seus “estereótipos, preconceitos e estigmas”, como cita o programa do espetáculo.
KATIA BERGER, Tribune de Genève
Efetivamente, a instalação foge dos códigos de um espetáculo tradicional. Cada um tem liberdade de se apropriar da narração, de viajar entre o interior e o exterior da estrutura, de se sentar e mergulhar na imagem e no som sobre a benevolente vigilância dessas sete figuras do “novo paradigma”. E ao fim dos 45 minutos que duram esses movimentos lentos, quase imperceptíveis ao primeiro olhar, a sensação que preenche os espíritos, o espaço, é a de uma grande paz interior.
DIREÇÃO ARTÍSTICA E COREOGRAFIA: Julie Beauvais
DIREÇÃO: Julie Beauvais e Horace Lundd
DIREÇÃO DE ARTE, DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA E VÍDEOS: Horace Lundd
COMPOSIÇÃO MUSICAL E SONORA: Christophe Fellay
ARTISTA MUSICAL CONVIDADO: Bartira
CENÁRIO: Sibylle Kössler e Wynd van der Woude
CRIADO POR: Michael John Harper, Orakle Ngoy, Winsome Brown, Carolyn Cowan, Nyima, Diego Bagagal, August Schaltenbrand, Natalia Chami, Valentina Bordenave e Frans W.M. Franssens
PRODUÇÃO: BadNewsFromTheStars* e Horace Lundd
ASSOCIADOS: LAPIS/EPFL – Escola Politécnica Federal de Lausanne, Acelerador de Partículas de Estrasburgo
APOIO: Pro Helvetia – Fundação Suíça para a Cultura, Pro Helvetia COINCIDENCIA, CNC – Centro Nacional do Cinema e da Animação – dispositivo DICRéAM de fomento ao desenvolvimento e à produção, Loterie Romande Vaud, Loterie Romande Valais, Cantão de Valais – Serviço da Cultura, DRAC – Direção Regional de Assuntos Culturais do Grande Leste – fomento individual à criação, Região Grande Leste – fomento à criação do espetáculo e das artes visuais, Cidade de Genebra – Departamento de Finanças e Alojamento, HEAR – Haute École des Arts du Rhin
APOIO À TURNÊ SUL-AMERICANA: Pro Helvetia – Fundação Suíça para a Cultura, Pro Helvetia COINCIDENCIA, Cantão de Valais – Serviço da Cultura