Eunucos
Irmãs Brasil
São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ, 2019 | 40min | Classificação indicativa 18 anos
5/3, terça, às 17h
6/3, quarta, às 17h e 19h30
Biblioteca Mário de Andrade | Sala Tula Ferreira
Rua da Consolação, 94, República
Reserva on-line, de até 2 ingressos por pessoa, pelo site da Sympla a partir do dia 26/2, segunda, às 12h.
Sinopse
Criado durante a residência artística da primeira turma da Escola Livre de Artes da Maré, no Rio de Janeiro, o trabalho propõe uma reflexão sobre processos históricos de castração, tecnologias de transição e performances de gênero. Utilizando elementos performativos da dança e do teatro, as Irmãs Brasil negociam a vida e o desejo em cena: a criação da obra também marca o início do processo de transição das artistas. Operando imagens e signos corporais de maneira crua, suas existências assumem formas de cavalos selvagens, de sereias e de Liliths que atravessam o tempo e o espaço, ativando um ritual de morte e de ressurreição.
Alerta de gatilho: contém nudez total.
Histórico
Irmãs Brasil é uma dupla existência das artistas travestis Viní Ventania e Vitória Jovem. Nascidas em uma família de peões de rodeio, em Amparo, no interior de São Paulo, suas primeiras referências artísticas vieram da mãe, rainha de bateria, e do pai, palhaço de rodeio. Vivem e trabalham no Rio de Janeiro, onde constroem sua poética a partir do choque entre as linguagens da dança, do teatro e da performance. A dupla cria a partir do corpo e de questões que se apresentam urgentes, operando imagens e signos para elaborar desvios nas lógicas heteronormativas e coloniais. Em 2023, ambas foram indicadas ao Prêmio Shell de Teatro, no Rio de Janeiro, por suas atuações na peça Sem Palavras, da Companhia Brasileira de Teatro.
FORTUNA CRÍTICA
Elas têm como principal ferramenta de trabalho o corpo, para questionar os valores arraigados em uma sociedade patriarcal, heteronormativa, além de trazer para o centro de discussão a decolonização do corpo, da sexualidade e de questões políticas e sociais do Brasil.
O portal que Eunucos abre discute a pós-sexualidade, a possibilidade metafísica do fascínio e como a moralidade nos aprisiona numa noção de perigo e/ou de pecado, que nos impede de explorarmos densamente, fisiologicamente, honradamente a dádiva dos corpos como depositários de vontades, de percepções, de prazeres, de iluminações. […] ‘Eunucos’ é mandinga ascendente que nos reposiciona no princípio, nos presenteia com o convite de restauro do devir dos nossos corpos bichos.
Ficha Técnica
Concepção, criação, performance e trilha sonora: Irmãs Brasil
Assistência artística: Andrômeda
Fotografia: Marcos Madi
Hair stylist: Hair Deluxe
Produção: Corpo Rastreado