O Circo Preto da República Bantu
TÍTULO ORIGINAL: The Black Circus of The Republic of Bantu
ARTISTA: Albert Ibokwe Khoza
55 min | Classificação indicativa 14 anos
8/3, sexta, às 21h
9/3, sábado, às 19h
10/3, domingo, às 19h
Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Sé
Sinopse
O espetáculo sul-africano evidencia a violenta e vergonhosa história dos zoológicos humanos, exposições etnológicas que ocorreram na Europa entre 1870 e 1958 nas quais pessoas eram exibidas como animais exóticos. Nesta performance, Albert Ibokwe Khoza investiga o impacto do olhar imperial e colonial sobre os corpos negros, tanto no passado como no presente. O trabalho testemunha a dor contínua causada pelo racismo histórico e persistente, ao mesmo tempo em que abre espaço para a cura coletiva e a reivindicação da dignidade.
Alerta de gatilho: contém nudez frontal total, som amplificado e gritos.
Histórico
Albert Ibokwe Khoza, artista da performance natural da África do Sul, homem feminino não binário e sangoma (curandeire físico e espiritual), continuamente revela e projeta o estado de espírito de um indivíduo solitário em cena. Por meio da fluidez de gênero e da prática ancestral, expressa seus pensamentos movendo-se entre diferentes meios artísticos para delinear os males sociais e o que sua natureza divergente vê e interpreta sobre o mundo em que vive, questionando criticamente o seu entorno, seus líderes e a vida em si. Khoza ganhou, em 2023, o Prêmio Bessie pela performance em And So You See … Our Honorable Blue Sky and Ever Enduring Sun … Can Only Be Consumed Slice by Slice … [E Então Você Vê… Nosso Honorável Céu Azul e o Sol Sempre Duradouro… Só Pode Ser Consumido Fatia por Fatia…].
FORTUNA CRÍTICA
[A performance] é profundamente inquietante: há chapéus com braçadeiras para fora, um chicote pendurado numa vara, máscaras de macaco com dentes afiados, um pote de sal e um monte de areia, lixo e ossos com pegadas […]. Até mesmo os tutus macios com suas penas suaves tornam-se perturbadores pendurados no teto como cadáveres. Aparentemente, na apresentação, Khoza escolhe aleatoriamente pessoas da plateia para usar as máscaras e dançar enquanto o artista estala um chicote. […] Mas isso não é nada em comparação ao que gerações de pessoas pretas suportaram.
Em O Circo Preto da República Bantu, Albert Ibokwe Khoza nos mostrou, ao longo de uma hora de performance, nudez e hilariante humilhação da plateia, que “os filhos dos colonialistas” — ou seja, a maioria dos presentes — são condenados a perpetuar o “olhar imperial”, reduzindo-o à condição de macaco performático.
Ficha Técnica
Direção: Albert Ibokwe Khoza e Princess Mhlongo
Autoria: Albert Ibokwe Khoza
Performance: Albert Ibokwe Khoza
Direção de palco: Miranda Vuyo
Produção: African Entertainers