Ministério da Cultura, Redecard, Sabesp e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo apresentam

Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

1º a 10 de
março
de 2024

Profético (nós já nascemos)

TÍTULO ORIGINAL: Prophétique (on est déjà né.es)
ARTISTAS: Nadia Beugré / Libr’Arts

75 min | Classificação indicativa 14 anos

MITSP_PROPHETIQUE_Foto de Dajana Lothert
@Dajana Lothert

6/3, quarta, às 21h

7/3, quinta, às 21h

8/3, sexta, às 19h

Teatro Arthur Azevedo

Avenida Paes de Barros, 955, Mooca

 

Sinopse

Há alguns anos, a coreógrafa Nadia Beugré vem se aproximando da comunidade transgênero de Abidjan, a maior cidade da Costa do Marfim. São pessoas que, designadas como meninos ao nascer, navegam entre os gêneros com grande liberdade, mesmo inseridas numa sociedade muito patriarcal que, na melhor das hipóteses, finge não as ver. Cabeleireiras de dia, divas das pistas de dança à noite, essas personagens vivem expostas e subterrâneas, fluindo entre circuitos paralelos e redes de solidariedade, inventando danças próprias que,  dança vogue e coupé-décalé [estilo musical da Costa do Marfim], fazem as noites de Abidjan. No espetáculo, Beugré dá continuidade à investigação sobre gênero e identidade, mas também sobre aqueles que ela chama de “perdidos”, os desajustados, os que estão à margem, na periferia, aqueles que são rejeitados ou ignorados. A artista questiona as atribuições e os papéis na família, na sociedade e na história – tanto os que são atribuídos às pessoas como aqueles que elas assumem.

Alerta de gatilho: contém som alto.

Histórico

Nadia Beugré nasceu na Costa do Marfim e, em 1995, estreou como dançarina no Teatro Dante. Após dois anos, entrou para a TchéTché, companhia da coreógrafa costa-marfinense Béatrice Kombé. Após a morte da mentora, em 2007, foi estudar na École des Sables, no Senegal, e, em 2009, ingressou no programa de Mathilde Monnier para coreógrafos em ascensão, em Montpellier, na França. Logo, passou a encenar as próprias produções, como o solo Quartiers Libres (2012). Sua última criação antes de Profético (nós já nascemos), L’Homme Rare, estreou em 2020. O encontro com o bailarino francês Alain Buffard também marcou a carreira de Beugré: foi ele quem a incentivou a entender mais sobre corpo, sexualidade e gênero. Há uma década, as peças da artista traçam um percurso singular em torno das margens, da exclusão, do que é anormal; viajam por meio de identidades em mudança. Em 2020, com Virginie Dupray, fundou a companhia de dança Libr’Arts, uma plataforma de produção e formação.

FORTUNA CRÍTICA

Com o objetivo de integrar ao seu trabalho temas relacionados ao gênero e à identidade, Beugré alfineta o público com um resíduo persistente de vulnerabilidade. Com uma interação entre o eu e a sociedade, uma identidade intocada e normas supressivas, ela pretende enfatizar perspectivas e percursos que são, muitas vezes, rejeitados ou ofuscados. A artista pega aqueles a quem chama de “fracassados” e os guia para novas dimensões, na esperança de que o seu público (pessoas como você) possa embarcar com ela nessa jornada.

Lara Somoroff Glamcult

Há algo de familiar na atmosfera, talvez porque o som é exagerado ou porque as cadeiras no palco não são sofisticadas, mas, sim, móveis de jardim feitos de plástico branco. É precisamente esta cotidianidade que é bela; você sente a noite abafada e quente, em que a boate é, ao mesmo tempo, o lugar para ver e ser visto e o lugar para se esconder. Não espere um teatro elegante, diz a apresentação no início. O que recebemos é um fragmento desarmado, apaixonado e comprometido sobre as mulheres trans na Costa do Marfim. Durante o dia, elas embelezam outras pessoas, à noite, é a vez delas brilharem.

Helen Westerik, Cultuurpers

Ficha Técnica

Direção artística: Nadia Beugré

Performance: Beyoncé, Canel, Jhaya Caupenne, Taylor Dear, Acauã Shereya El Bandide e Kevin Kero

Luz: Anthony Merlaud

Cenografia: Jean-Christophe Lanquetin

Assistência artística: Christian Romain Kossa

Gerenciamento de luz: Bia Kaysel

Olhar externo: Nadim Bahsoun e Adonis Nebié

Tradução das legendas: Marta Lisboa

Produção: Virginie Dupray (Libr’Arts)

Coprodução: Kunstenfestivaldesarts Brussels, Théâtre Le Rideau Brussels, Montpellier Danse, Points Communs Cergy Pontoise, Holland Festival Amsterdam, Culturescapes 2023 Sahara, ICI – Centre Chorégraphique National Montpellier Occitanie (direção de Christian Rizzo), Fonds Transfabrik – Fonds franco-allemand pour le spectacle vivant, Tanz im August/HAU Hebbel am Ufer Berlin, La Place de la Danse CDCN Toulouse Occitanie, Théâtre Garonne scène européenne – Toulouse, Les Spectacles Vivants – Centre Pompidou Paris, Festival d’Automne à Paris, Spielart Theaterfestival Munich, Théâtre de Freiburg, Africa Moment Residency: Agora de la danse Montpellier danse, Théâtre Le Rideau Brussels, com o apoio do DRAC Occitanie – French Ministry for Culture and Communication e agradecimentos ao Ivoire Marionnettes Abidjan e ao Institut Français de Côte d’Ivoire.

 

ESTE ESPETÁCULO É APOIADO PELO CONSULADO-GERAL DA FRANÇA EM SÃO PAULO  E INSTITUT FRANÇAIS

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