Ministério da Cultura, Redecard, Sabesp e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo apresentam

Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

1º a 10 de
março
de 2024

Gente de Lá

Wellington Gadelha

Fortaleza/CE, 2018 | 50min | Classificação indicativa 16 anos

MITBR_GENTE DE LÁ_ Foto de Renato Mangolin
@Renato Mangolin

8/3, sexta, às 18h

9/3, sábado, às 18h


CCSP | Espaço Ademar Guerra

Rua Vergueiro, 1000, Liberdade

 

Sinopse

Um instante poético de denúncia e de afronta é proposto por Wellington Gadelha nesta ação cênica preta, favelada, urbana e transversal. O artista cearense parte da investigação de um corpo roleta-russa para refletir questões urgentes que vão das chacinas cotidianas na cidade de Fortaleza, no Ceará, ao massacre estrutural da população negra no país. Atravessada pelas artes visuais, a obra cria e recria as formas e os sentidos dos objetos com os quais o performer se relaciona em cena. Entre matrizes de movimentos e improvisação, cujo som encontrou no funk 150 bpm seu termômetro, o solo traz a emergência como dispositivo dramatúrgico e constrói uma corporalidade capaz de perfurar as fronteiras pré-estabelecidas para o negro na dança, repensando territórios, violências e circuitos subjetivos da segregação étnico-racial e espacial no contexto urbano. Numa encruzilhada onde vida e arte se esbarram, a performance é um exercício para um disparo e um convite à reflexão.

Alerta de gatilho: contém música alta e imagens de claustrofobia.

Histórico

Artista multidisciplinar, Wellington Gadelha desenvolve trabalhos e pesquisas na Plataforma Afrontamento. Realiza performances, videodanças, instalações e processos imersivos em arte tecnológica e arte sonora, além de integrar uma rede de coletivos com ênfase em direitos humanos, periferia e juventude negra. Com “Gente de Lá”, já se apresentou na Bienal de Dança do Ceará (Ceará), no Festival de Itacaré (Bahia), em Atos de Fala (Rio de Janeiro e Zurique), no Festival Panorama (França) e na Bienal Sesc de Dança (São Paulo).

FORTUNA CRÍTICA

O espetáculo de dança contemporânea Gente de lá, do cearense Wellington Gadelha, toca em uma ferida que sangra cotidianamente nas favelas da capital cearense, mas também em lugares à margem de outras grandes cidades brasileiras.

Wolney Batista, Diário do Nordeste

Dar um corpo à necropolítica sob o signo da periferia não é uma tarefa simples, pois demandaria o engajamento da linguagem com a experiência estética em um agenciamento total dos sentidos corporais com a materialidade da morte e da violência que marca esse território em sua subalternidade econômica. Gente de Lá, performance coreográfica criada por Wellington Gadelha, artista, ativista e morador da periferia de Fortaleza, Ceará, se lança justamente nesse desafio: dobrar a morte e deslocar seus sentidos, de modo a articular não uma representação metafórica da periferia, mas um conjunto de enviesamentos que poderíamos compreender como a singularização de um corpo-periferia.


Pablo Assumpção Barros Costa e Christine Greiner, no artigo Dobrar a morte, despossuir a violência: corpo, performance, necropolítica

Ficha Técnica

Criação, dramaturgia e pesquisa sonora: Wellington Gadelha

Criação audiovisual e sonorização: Priscilla Sousa

Iluminação e sonorização: Fábio Silva e Yanka Leandra 

Cenografia: Wellington Gadelha e Emanuel Oliveira

Tutoria: Luiz de Abreu

Interlocutores dramatúrgicos: Leonardo França e Thereza Rocha

Produção musical: DJ Pedro Ribeiro

Produção executiva: Georgiane Carvalho

Produção: Plataforma Afrontamento

Projeto gráfico: Diogo Braga

Apoio: Rumos Itaú Cultural

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