Project Description

Se ela fosse para Moscou

direção e autoria

Christiane Jatahy

companhia

Cia Vértice

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ficha técnica

Direção, adaptação e roteiro: Christiane Jatahy
Autor: baseado em As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
Atrizes: Isabel Teixeira, Julia Bernat, Stella Rabello
Elenco de apoio no filme: Paulo Camacho, Felipe Norkus e Thiago Katona
Direção de fotografia e câmera ao vivo: Paulo Camacho
Concepção do cenário: Christiane Jatahy e Marcelo Lipiani
Direção de arte e cenário: Marcelo Lipiani
Figurino: Antonio Medeiros e Tatiana Rodrigues
Direção musical: Domenico Lancelotti
Músico em cena: Felipe Norkus
Projeto de som: Denilson Campos
Diretor de palco: Thiago Katona
Coordenação técnica de vídeo e pintura de arte/ cenário: Felipe Norkus
Operação de luz: Leandro Barreto
Operação de som: Pedro Montano
Mixagem ao vivo (cinema): Francisco Slade
Contrarregra: Anderson Berne
Assistente de direção e interlocução artística: Fernanda Bond
Assistente de cenário e produção de objetos: Paula Vilela
Consultoria de vídeo: Julio Parente
Projeto gráfico: Radiográfico
Assistente de produção: Nathalia Athayde
Gestão: Tatiana Garcias
Direção de produção e tour manager: Henrique Mariano
Colaboração no roteiro: Isabel Teixeira, Julia Bernat, Stella Rabello e Paulo Camacho
Coprodução: Le CENTQUATRE-PARIS e SESC
A CIA. VÉRTICE DE TEATRO é patrocinada pela Petrobras.

sinopse

E se Moscou pudesse ser o que quiséssemos imaginar? Se Moscou fosse o passo em direção à mudança? Fosse o salto no abismo que nos leva ao novo? Fosse de alguma forma nascer de novo? A partir do texto As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, fazemos essas perguntas e as levamos para o teatro, para o cinema e para as cidades, desdobrando-as em múltiplos olhares e pontos de vista. Camadas e mais camadas para falar sobre a utopia. Sobre o não lugar. Sobre o “lugar” que imaginamos mas onde nunca estamos. E se Elas Fossem para Moscou? é uma peça, mas também é um filme. Dois espaços diferentes entrelaçados. Um é a utopia do outro, mas cada um é completo em si. No teatro, filmamos, editamos e mixamos ao vivo o que se vê no cinema no mesmo instante. Simultaneamente as duas artes coexistem. E o público escolhe de qual ponto de vista quer ver essa história sobre três mulheres de hoje, três irmãs em diferentes fases da vida, desejando a mudança.

histórico

Christiane Jatahy é autora e diretora de teatro e cinema, nascida em 1968, no Rio de Janeiro. Desde 1996, desenvolve uma pesquisa voltada para a exploração de novos territórios cênicos. Começou com espetáculos em espaços não convencionais, que propunham novas interações do público com a cena e, a partir de 2003, radicalizou a investigação transitando entre as fronteiras tênues da realidade e da ficção, do ator e do personagem, do aqui e agora e da cena marcada. Sempre com o objetivo de criar uma relação viva e dinâmica com o espectador. Em trabalhos recentes, inclui a linguagem audiovisual, como Conjugado, com uma videoinstalação integrada à dramaturgia da cena; Corte Seco, com câmeras de segurança revelando ao vivo o entorno do teatro e seus bastidores, e o filme A Falta que Nos Move, transposição cinematográfica a partir da peça homônima.
A Companhia Vértice foi criada para aprofundar a pesquisa de linguagem de um teatro que se articule com os procedimentos da contemporaneidade, provocando o espectador e o artista participante a gerar novas abordagens e novos pontos de vista em relação à cena. A pesquisa de linguagem da companhia transita por zonas de fronteira, tais como: a presença real do ator na cena e a referência ficcional do personagem; o real e o ficcional na dramaturgia se misturando e gerando uma terceira zona teatral; a indefinição proposital entre o território do ator e o do público; o diálogo com outras áreas artísticas; e o uso de espaços não convencionais ou uso não convencional de espaços tradicionais. O que se pretende é abrir frestas para que o espectador colabore com o que vê, saindo da passividade receptiva para uma atividade construtiva da cena, buscando devolver ao teatro seu caráter participativo e de reflexão.
Com Julia (2011), a companhia se apresentou em festivais europeus como Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), Wiener Festwochen (Viena) e Temps d’Images (Paris), e recebeu o Prêmio Shell 2012 de melhor direção. E se Elas Fossem para Moscou? (2014) está indicado ao Shell nas categorias direção, inovação, atrizes e cenário.
http://christianejatahy.com.br

fortuna crítica

“O novo trabalho de Christiane Jatahy é um grande passo na sua pesquisa sobre as fusões e complementaridades entre cinema e teatro. Ela já brincou com o ponto de vista do espectador teatral em Carícias (2001), combinou documentário e performance na peça Conjugado (2004), duplicou com um filme a experiência semidocumental de A Falta que Nos Move (2005/2011), editou ao vivo e a cada dia de maneira diferente a ação da peça Corte Seco (2009) e fundiu cinema e teatro no palco de Julia (2011). Em E se Elas Fossem para Moscou?, a proposta é menos de fusão que de rompimento, trânsito e simultaneidade. (…) O tempo da peça é ajustado ao tempo do filme e vice-versa, num processo em que é difícil saber qual teve a prioridade. Os planos fechados da câmera reforçam o intimismo de certas cenas, o que não pode ser expresso plenamente no palco aberto. Há um curioso intercâmbio de falas on e off entre a peça e o filme. Em vários momentos, o que é apenas ouvido na peça será visto no filme. Em outros, conversas apenas entreouvidas no palco são perfeitamente entendidas na tela. Microcenas que no palco são apenas paralelas tornam-se ação principal no filme. Isso garante, portanto, um coeficiente de originalidade para cada um dos formatos”. Carlos Alberto Mattos, “Críticos”, 2014
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“A atualidade de Tchekhov surge localizada, nesse espetáculo, na relevância da mudança como força desestabilizadora, questão que, inserida em excesso na dramaturgia, ganha o peso de uma mensagem endereçada ao público. Como em As Três Irmãs, as personagens expressam dificuldade em realizar transformações em suas vidas, simbolizadas por uma necessidade de deslocamento geográfico. Não significa obrigatoriamente que permaneçam estagnadas, mas muitos de seus projetos terminam abortados. E se Elas Fossem para Moscou? sinaliza um inegável avanço de Christiane Jatahy em sua pesquisa e uma notável habilidade para extrair dos atores trabalhos plenamente integrados”. Daniel Schenker, “Críticos”, 2014
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“Como em outras de suas montagens, Christiane Jatahy procura atuação coloquial do elenco, contornando os limites da realidade e da ficção, propondo uma naturalidade que permite aproximar-se da plateia e servir-lhe bolo, champanhe e vinho. É essa mesma ‘espontaneidade’ que incorpora as intervenções de tantas outras presenças em cena, das múltiplas trocas de cenário e de câmeras, sem tornar secundária a tensão dramática. O texto é submetido a cortes secos, editado sem a progressão narrativa do autor, posto a serviço da estrutura cineatral, a real expressão dramatúrgica da montagem. A complexidade técnica de articular câmeras e cenografia, iluminação e som está visível com a mesma nitidez com que os demais mecanismos se deixam ver, e funcionam com orquestrada precisão”. Macksen Luiz, “O Globo”, 2014
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“E se Elas Fossem para Moscou? só pode ser completamente apreciado vendo a versão para o palco em uma noite e a versão em filme na seguinte. As lacunas de uma versão tornam-se os volumes da outra”. Julius Purcell, “Financial Times”, 2014

vídeo

https://vimeo.com/92569860