Encenação
Oskaras Koršunovas
Companhia
OKT
Ficha Técnica
Direção Oskaras Koršunovas
Cenografia Oskaras Koršunovas e Agne Kuzmickaite
Figurinos Agne Kuzmickaite
Composição Sonora Antanas Jasenka
Iluminação Eugenijus Sabaliauskas
Engenheiro de Som Ignas Juzokas
Diretor Técnico Mindaugas Repsys
Costureira e Aderecista Edita Martinaviciute
Diretora de Palco Malvina Matickiene
Legendas Akvile Melkunaite
Coordenador de turnê Audra Zukaityte
Elenco Tomas Zaibus, Julius Zalakevicius, Dainius Gavenonis, Darius Gumauskas, Jonas Verseckas, Giedrius Savickas, Rasa Samuolyte, Vaidotas Martinaitis, Darius Meskauskas, Nele Savicenko
Sinopse
Na versão do diretor lituano Oskaras Koršunovas, o clássico texto de Shakespeare é transposto para o espaço de um camarim, com seus espelhos de maquiagem que, pouco a pouco, se transformam no reino da Dinamarca. Reflexões sobre a vida e o teatro aparecem nas entrelinhas da encenação, que investiga o jogo de representação sobre o “ser ou não ser” do teatro. A cenografia de espelhos também direciona essas questões ao espectador, ao colocá-los refletidos em cena.
Histórico
Oskaras Koršunovas nasceu em 1969, em Vilnius, capital da Lituânia. Em 1993, se formou na Vilnius Music Academy e fez seu mestrado em direção teatral. Quando ainda era estudante, o jovem diretor obteve destaque por sua linguagem cênica incomum, ao montar peças como “P.S. FILE OK”, de Sigitas Parulskis e “Roberto Zucco”, de Bernard-Marie Koltès.
Em 1998, o diretor, junto a outros companheiros com preocupações semelhantes, funda um teatro independente, chamado Oskaras Koršunovas Theatre (OKT). Auxiliado por diretores convidados, Koršunovas construiu um sólido repertório. A crença do diretor na encenação de clássicos como peças contemporâneas – num reconhecimento sobre o que é relevante ao tempo presente – e de peças contemporâneas como clássicos – transmitindo-se o que é universal e atemporal – tornou-se um princípio paradigmático desse período criativo.
A cada ano, as produções do OKT circulam diversas cidades do mundo. Em sua carreira, o Koršunovas já obteve importantes prêmios como o Europe Theatre Prize for New Realities, recebido em 2006; e o de Cavaleiro da Ordem Francesa de Literatura e Artes (Chevalier of the French order of Literature and Arts), em 2009. Koršunovas também dá aulas de atuação na Lithuanian Music and Theatre Academy.
Fortuna Crítica
Oskaras Koršunovas detectou o estado desta época como um sensível sismógrafo. Ele entendeu: a realidade não existe mais. Há apenas seus fragmentos, refletidos em vários espelhos de maquiagem. E há também o artista (o ator, diretor, o príncipe dinamarquês), tentando frustradamente conectar as peças na tentativa de criar uma imagem única; perguntando desesperadamente a cada fragmento: “Quem é você?”, sem receber resposta alguma. E o resto é silêncio. Marina Davydova. Izvestija.ru.
O espetáculo se inicia com uma questão codificada: ´quem é você?´. Os primeiros a se confrontar consigo mesmos são os nove bravos atores, que se sentam de costas para o público e se olham diante de seus espelhos. “Nossa Elsinore é um camarim, que lentamente se transforma no reino da Dinamarca” – disse uma vez Koršunovas. Mas não apenas no reino. O diretor transforma o arquetípico significado e poder ótico do espelho em poética de mistério, metafísica do reflexo e horror existencial. Mas, ao mesmo tempo, ele cria uma rede de associações, que engaja (ou não) a imaginação e memória do público, que lembra (ou não) o mundo shakesperiano sobre teatro e espelhos, e é ciente (ou não) da delicadeza da linha mágica entre teatro e vida, como se Vida e Teatro fossem imagens espelhadas um do outro. (…) Oskaras Koršunovas une duas possibilidades de ler “Hamlet”: uma baseada na experiência humana específica e a outra na natureza do teatro. Ramune Marcinkeviciute. Kulturos barai.
(…) “Hamlet” fala sobre teatro como um vício. Sobre a necessidade de atuar e mentir, de fingir diante de todos, inclusive de si mesmo. Este “Hamlet” não é moderno – o diretor esgotou a modernidade de Hamlet em produções anteriores, de Koltès, em “Roberto Zucco”, aos irmãos Presniakov, em “Playing the Victim”. “Hamlet” como um mito de geração é coisa do passado para Koršunovas. Agora ele está interessado naquilo que é teatral e naquilo que é pessoal na peça. Esse “Hamlet” é uma confissão íntima lida de forma autobiográfica. A adaptação para o palco não adiciona novos temas a Shakespeare; ela apenas coloca à frente discussões sobre atuação e sobre o mundo como um teatro. Lukasz Drewniak. 7 meno dienos.
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