Trava Bruta
ARTISTA: Leonarda Glück
Brasil, 2021 | 70 min. | Classificação indicativa: 18 anos
Sinopse
Partindo de sua experiência transexual, Leonarda Glück apresenta um manifesto cênico que propõe uma ponte e também um contraponto entre o contexto artístico e a atual conjuntura política e social do Brasil no campo da sexualidade. Sozinha em cena, a atriz e dramaturga discute a relação da cultura com a transexualidade, discorre sobre como é ser uma artista trans no país de hoje e de que forma a sociedade reage a um corpo que provoca, a um só tempo, repulsa e desejo. Para tanto, o espetáculo busca tensões entre a ficção e a realidade, costurando diversas camadas de artificialidade, como videoprojeções, efeitos sonoros, filtros de redes sociais (que modificam a aparência da atriz) e artifícios de figurino, que ora revelam, ora ocultam. São recursos que vão sendo destruídos e desconstruídos ao longo da narrativa, num constante questionamento sobre quais ficções são permitidas, quais diversidades são aceitas.
Histórico
Leonarda Glück é atriz, dramaturga e diretora teatral graduada pela Faculdade de Artes do Paraná da Unespar. É cofundadora da Companhia Silenciosa e do Coletivo Selvática Ações Artísticas e tem mais de 20 textos encenados por diferentes grupos, companhias e artistas brasileiros e internacionais. Publicou em 2016 o livro A Perfodrama de Leonarda Glück – Literaturas Dramáticas de Uma Mulher (Trans) de Teatro, coletânea com seis textos teatrais. Em 2018, sua adaptação de Anton Tchékhov As Três Irmãs – Um Melodrama Rocambolesco em Quatro Capítulos foi apresentada em Madrid, Espanha, em evento no DT Espacio Escénico. Seus trabalhos mais recentes em teatro são A Mesa (2019), criação realizada a convite do Sesc Ipiranga para o Projeto Dramaturgias 2, Infâmia (2021), que resultou em experimento cênico digital pelo Grupo XIX de Teatro, devido à pandemia de Covid-19, e Trava Bruta (2021), texto premiado no Edital 6ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do CCSP.
FORTUNA CRÍTICA
“Trava Bruta: sempre disposta ao enfrentamento. Fortaleza dilacerada por estar sempre a postos da própria sorte. Fatalidades e lástimas são desejadas e consumidas com voracidade, a todo tempo roubando nossas doçuras, respiros e contemplações. A contrapelo desses destinos de miséria, rudeza e virilidade, nos forjamos em delicadas brutalidades. Singelas e únicas.”
JUHLIA SANTOS, jornalista, atriz, performer e pesquisadora de gênero
Ficha Técnica
Criação, texto e interpretação: Leonarda Glück
Direção: Gustavo Bitencourt
Direção de produção: Igor Augustho
Trilha original: Jo Mistinguett
Luz: Wagner Antônio
Assistente de iluminação: Dimitri Luppi
Criação em vídeo e projeções: Ricardo Kenji
Figurino: Fabianna Pescara e Renata Skrobot
Fotografias: Alessandra Haro
Realização e produção: Pomeiro Gestão Cultural