O Martelo e a Foice

TÍTULO ORIGINAL: Le Marteau et la Faucille

ARTISTA: Julien Gosselin

França, 2019 |  60 min. | Classificação indicativa: 14 anos

O Martelo e a Foice

3/6, às 21h

4/6, às 21h

5/6, às 20h

LOCAL: Teatro Paulo Eiró

Sinopse

Adaptação do conto homônimo do americano Don DeLillo, o espetáculo é uma alegoria crítica aos excessos do capitalismo. Num ambiente que lembra um estúdio de gravação, todo banhado de luz vermelha, acompanhamos Jerold Bradway, ex-trader que vive numa prisão, ou no que parece ser um campo de detenção para crimes de colarinho branco, repleto de banqueiros e negociantes de arte que se apropriaram indevidamente de fortunas. Seguem imersos na solidão, e o único poder que lhes resta é relembrar suas vidas perdidas. Apresentado originalmente como um interlúdio da maratona de quase dez horas de Joueurs, Mao II et Les Noms, encenação de Julien Gosselin para romances de DeLillo, O Martelo e a Foice logo tornou-se uma obra independente. Em cena, vemos o ator Joseph Drouet narrar, de um só fôlego, o fluxo de consciência de Bradway e a paisagem de personagens que o permeiam. No seu discurso, misto de absurdo, fantasia e angústia, traz uma reflexão sobre a posse e a perda, a fragilidade dos homens, em seus sonhos e vínculos, e a falta de esperança.

Histórico

Julien Gosselin estudou na EPSAD, a Escola de Arte Dramática de Lille, dirigida por Stuart Seide. Com seis atores de sua turma, ele fundou a companhia Si Vous Pouviez Lécher Mon Coeur (SVPLMC) em 2009, e dirigiu Genoa 01, de Fausto Paravidino, em 2010. No ano seguinte, ele dirigiu a estreia francesa de Tristesse Animal Noir, de Anja Hilling. Entre seus espetáculos seguintes estão Les Particules Élémentaires, de Michel Houellebecq, que estreou no Festival d’Avignon de 2013; Je Ne Vous Ai Jamais Aimés (2014), peça curta baseada em texto de Pascal Bouaziz; Le Père de Stéphanie Chaillou (2015); 2666, adaptado da série de livros de Roberto Bolaño e estreado em Avignon em 2015; 1993, criado no Festival de Marselha de 2017, a partir de um texto de Aurélien Bellanger. Para a edição de 2018 de Avignon, ele adaptou e dirigiu três romances do americano Don DeLillo: Joueurs, Mao II, Les Noms. A convite do Teatro Internacional de Amsterdam, ele seguiu seu trabalho sobre DeLillo, adaptando Homem em Queda (Vallende Man), em 2019. Como parte da Printemps des Comédiens, em Montpellier, ele criou Le Marteau et la Faucille (2010), também de DeLillo. Em 2022, Gosselin e Si Vous Pouviez Lécher Mon Coeur se instalarão em Calais, cidade portuária no norte da França.

FORTUNA CRÍTICA

“Com poucos elementos no palco, Julien Gosselin consegue traduzir este rico texto com uma maestria impressionante. Não é fácil reter a mensagem do começo ao fim nem seguir o fio, mas esse não é o ponto. O real se torna um abismo, e o público é tão seduzido quanto submerso por esse turbilhão de números, mas também pela fragilidade desses homens que perderam tudo e não têm mais nada a que se segurar, exceto algumas migalhas de memória. Como não vê-los como zumbis, presos à vida apenas por alguns pedaços de um resto de humanidade: a memória de uma mulher, sua beleza, seu cheiro, o riso das crianças, uma casa. Tudo isso nunca mais vai acontecer.”

PIERRE SALLES, Le Bruit du Off Tribune

“Quando se trata de mergulhar nas entranhas fétidas da sociedade americana, o que Bradway chama apropriadamente de “os vapores da imperecível livre iniciativa”, DeLillo não tem igual. Mas é importante perceber que Gosselin não se contentou em tornar o texto compreensível. Antes de tudo, porque sua adaptação do conto é de grande qualidade, particularmente no que diz respeito à integração do diálogo com o próprio monólogo, mas também porque ele orquestrou em cena uma obra cujos componentes se misturam ou se opõem maravilhosamente. Algumas pessoas serão galvanizadas, outras paralisadas pela angústia, mas para este crescendo de sons e vozes, ideias e imagens, cores e luzes, muito poucas permanecerão insensíveis.”

CHRISTIAN SAINT-PIERRE, Le Devoir

Ficha Técnica

Texto: Don DeLillo
Tradução para o francês: Marianne Véron
Adaptação e direção: Julien Gosselin
Com: Joseph Drouet
Cenografia: Hubert Colas, com assistência de Andréa Baglione
Assistência de direção: Maxence Vandevelde
Criação musical: Guillaume Bachelé e Maxence Vandevelde
Design de luz: Nicolas Joubert
Criação de vídeos: Pierre Martin
Design de som: Julien Feryn
Figurino: Caroline Tavernier
Administração, produção e divulgação: Eugénie Tesson
Organização de turnê e comunicação: Emmanuel Mourmant
Assistência de administração: Paul Lacour-Lebouvier
Direção técnica: Nicolas Ahssaine
Assistência de direção técnica: Vianney Brunin

A adaptação de O Martelo e a Foice é representada nos países de língua francesa por Dominique Christophe, l’Agence, Paris, em acordo com Abrams Artists & The Wallace Literary Agency, New York. Textos publicados pelas Editions Actes Sud.

Produção: Si Vous Pouviez Lécher Mon Coeur
Produção delegada: Le Printemps des Comédiens
Coprodução: Printemps des comédiens Montpellier, Maison de la Culture de Bourges, CCAM Vandoeuvre-les-Nancy, Romaeuropa (coprodução em andamento)

Si Vous Pouviez Lécher Mon Coeur tem o apoio do Ministère de la Culture et de la Communication, DRAC Hauts-de-France, acordado com a Região Hauts-de-France. A companhia tem o apoio do Institut Français para suas turnês internacionais.

Julien Gosselin et Si Vous Pouviez Lécher Mon Coeur são artistas associados do Phénix de Valenciennes, pólo europeu de criação, e do Théâtre National de Strasbourg.

Criado no Printemps des Comédiens, Montpellier, em maio de 2019.