Project Description

autor, diretor e coreógrafo

Arkadi Zaides

companhia

Arkadi Zaides

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ficha técnica

Materiais de arquivo: voluntários do Projeto Câmara de B’Tselem – Centro de Informações Israelense pelos Direitos Humanos nos Territórios Ocupados: Iman Sufan, Mu’az Sufan, Bilal Tamimi, Udai’Aqel, Awani D’ana, Bassam J’abri, Abu ‘Ayesha, Qassem Saleh, Mustafa Elkam, Raed Abu Ermeileh, Abd al-Karim J’abri, Issa ‘Amro, Ahmad Jundiyeh, Nasser Harizat, Abu Sa’ifan, Oren Yakobovich, Nayel Najar
Concepção e coreografia: Arkadi Zaides
Consultor de vídeo: Effi & Amir (Effi Weiss and Amir Borenstein)
Arte sonora e dramaturgia da voz: Tom Tlalim
Consultoria artística: Katerina Bakatsaki
Coreógrafo assistente: Ofir Yudilevitch
Luz: Thalie Lurault
Diretor técnico: Pierre-Olivier Boulant
Desenho de luz: Thalie Lurault
Operador de luz: Yoav Barel
Produção: Yael Bechor
Representante: Julia Asperska

sinopse

O olhar de um palestino. Que tipo de corpo produz uma sociedade repleta de violência na vida cotidiana? Para abordar essa questão, o coreógrafo israelense Arkadi Zaides empresta o olhar que os palestinos lançam sobre os colonos nos territórios ocupados e transforma seu próprio corpo em arquivo. A coreografia baseia-se em imagens filmadas por voluntários palestinos do Projeto Câmera de B’Tselem (o Centro de Informações Israelense pelos Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), que documentaram suas vidas em áreas de conflito.

histórico

Arkadi Zaides nasceu na Bielorússia, em 1979, e mudou-se para Israel em 1990, quando ingressou no grupo de dança contemporânea Batsheva Dance Company. Atualmente, vive e trabalha em Tel Aviv como coreógrafo independente. Seus espetáculos já percorreram França, Itália, Grécia, Alemanha, Suíça, Noruega, Canadá, Chile, Japão e China, entre outros países. Em 2013, apresentou Quiet no Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte – primeira coreografia na qual reuniu bailarinos judeus e árabes. No mesmo ano, recebeu o prêmio The Emile Zola Chair for Human Rights.

Como curador, vem desenvolvendo plataformas para encorajar a produção contemporânea, entre eles, o projeto Movimentos sem Fronteiras, realizado em 2012 com o Instituto Goethe, que convidou coreógrafos internacionais de vanguarda para daem workshops e se apresentarem em Israel. Zaides trabalha com diferentes comunidades e setores da sociedade de modo a aproximá-los, sempre buscando no corpo a fonte de material autêntico para o movimento.
http://www.arkadizaides.com

fortuna crítica

“O objetivo dessa criação é mostrar o papel do artista como observador de uma realidade violenta e incorporá-la no seu próprio corpo de bailarino, como um arquivo. Daí o título do espetáculo. Para isso, o coreógrafo não recorre a imagens sensacionalistas e deixa o espectador penetrar aos poucos na tensão em que vivem os habitantes dessa região, através de cenas banais do cotidiano dessas pessoas”. Maria Emilia Alencar, Festival d’Avignon, 2014
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“É uma coreografia dura e seca, sem música. Zaides apenas imita as posturas e os movimentos daquela gente e, assim, descontextualizando os gestos, esvaziando-os dos seus objetivos e expondo sua ‘essência’ mecânica e repetitiva, ele ao mesmo tempo isola e ressalta o horror e a violência aos quais eles servem (ou serviam). Ao mesmo tempo em que os priva de propósito, de utilidade e de continuidade, Zaides lhes insufla um sentido crítico e distanciado. (…) A dança documental de Arkadi Zaides é uma maneira inusitada e desestabilizadora de reinvestir o corpo de um sentido político, não pela simples condenação da violência, que parece ter sido paralisada e anulada pela própria violência, mas pela reapropriação e inversão desses gestos descontextualizados”. Bernardo Carvalho, Instituto Moreira Salles, 2014
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“Embora o arquivo de B’Tselem foque na realidade local, Zaides pretende discutir uma questão mais abrangente e universal: qual é o potencial para violência embutido em cada corpo individual e qual o preço que o coletivo paga para controlar o outro. Zaides se compromete e se identifica com os materiais e gradualmente os incorpora. Questões sobre participação e responsabilidade se abrem quando seu corpo se transforma em um arquivo vivo”. Stuk, 2014
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“Essa sucessão de interrupções no vídeo, depois das integrações pela apreciação de sua posição corporal no seio das imagens projetadas, opera como a fabricação de um idioma. Ela dá ao público as chaves de compreensão sobre o que, afinal, torna-se uma coreografia da qual o espectador pode sentir todo o poder, porque sabe os gestos de decodificação que a compõem. A emoção que prende o público à medida que ele aprende o idioma e adere aos propósitos do artista é de uma potência terrível”. Lise Facchin, “Les Trois Coups”