Project Description
direção
Heiner Goebbels
produtor
Theatre Vidy-Lausanne
ficha técnica
Concepção, música e direção: Heiner Goebbels
Cenografia, iluminação e vídeo: Klaus Grünberg
Colaboração musical e programação: Hubert Machnik
Espaço sonoro: Willi Bopp
Assistente: Matthias Mohr
sinopse
E se Moscou pudesse ser o que quiséssemos imaginar? Se Moscou fosse o passo em direção à mudança? Fosse o salto no abismo que nos leva ao novo? Fosse de alguma forma nascer de novo? A partir do texto As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, fazemos essas perguntas e as levamos para o teatro, para o cinema e para as cidades, desdobrando-as em múltiplos olhares e pontos de vista. Camadas e mais camadas para falar sobre a utopia. Sobre o não lugar. Sobre o “lugar” que imaginamos mas onde nunca estamos. E se Elas Fossem para Moscou? é uma peça, mas também é um filme. Dois espaços diferentes entrelaçados. Um é a utopia do outro, mas cada um é completo em si. No teatro, filmamos, editamos e mixamos ao vivo o que se vê no cinema no mesmo instante. Simultaneamente as duas artes coexistem. E o público escolhe de qual ponto de vista quer ver essa história sobre três mulheres de hoje, três irmãs em diferentes fases da vida, desejando a mudança.
histórico
Heiner Goebbels é um diretor e compositor alemão nascido em 1952, na cidade de Neustadt, e radicado em Frankfurt. Seu trabalho desconstrói convenções do teatro, da música e da ópera. Estudou filosofia e musica em Frankfurt e iniciu como compositor incidental no Linksradikales Blasorchester, banda politicamente engajada nos anos 1970. No fim daquela década, fomou um duo com Alfred Harth (1976–1988), depois integrou o trio de rock Cassiber (1982–92), enquanto, em paralelo, trabalhava com músicas para cinema, teatro e balé. Já no início da carreira, tratou de integrar a experiência teatral e a musical, unindo textos de Søren Kierkegaard, T. S. Eliot, Samuel Beckett e Heiner Müller a músicas clássicas e de artistas como Prince e Beach Boys.
Em meados dos anos 1980, começou a criar e dirigir audiopeças e concertos cênicos – parte deles em colaboração com o dramaturgio Heiner Müller –, como Die Befreiung des Prometheus (1991) e Wolokolamsker Chaussee (1989). Em 2008, estreou sua primeira ópera, Landschaft mit entfernten Verwandten. Participou da Documenta X em Kassel (1997), criou instalações sonoras para o Centro Pompidou (2000) de Paris e a instalação performática Stifters Dinge (2007). Foi indicado ao Grammy Awards em 2001 e 2004.
http://www.heinergoebbels.com
fortuna crítica
“A conquista de Stifters Dinge é nos ensinar a ver novamente. Sua inspiração, Adalbert Stifter, foi um novelista do século XVIII cuja prosa era tão distraída por detalhes do mundo exterior (…) que as pessoas e os temas perdiam-se nas alternâncias. Goebbles está interessado em encenar não tanto o mundo de Stifters quanto as recompensas de sua distração”. Jason Fitzgerald, “Backstage”, 2009
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“Stifters Dinge, de Heiner Goebbels, é um diorama audiovisual multicamadas, uma peça de teatro pós-industrial/ instalação/ performance executada inteiramente por máquinas. Não há narrativa da qual falar, mas o mundo criado é cativante, uma viagem coerentemente desarticulada pela imaginação maravilhosa e estranha de Goebbels. Pensamentos sobre natureza, história, exploração e eurocentrismo desenrolam-se em meio à fumaça, luzes, chuva e neblina (…) Este é o teatro do futuro, uma colagem sombria e comovente (…) do colapso industrial”. Joshua Meggitt, “Cyclic Defrost”, 2010
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“Ler a lista de vozes gravadas que Goebbels incorpora à obra, incluindo William S. Burroughs e Malcom X, pode fazer Stifters Dinge soar como um discurso pesado. Mas os textos são usados tanto pelos elementos expressivos e musicais quanto por seu conteúdo. E Goebbels tem uma intuição afiada de como estruturar e organizar uma peça musical dramática de 80 minutos”. Anthony Tommasini, “The Ney York Times”, 2009
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“Stifers Dinge se estrutura como uma viagem. A grande viagem do ser humano desde seu início até o seu fim. Começa com o verbo criador e acaba com palavras fundidas. O tratamento temporal, por esse ponto de vista, não rompe a unidade nem a linearidade. O que essa estrutura ancora é uma visão desencantada do ser humano”. Ana Contreras, “Revista Galega de Teatro”, 2009
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Em Stifters Dinge, a luz e a música assumem o papel do performer ou ator, e o espaço é tão forte quanto qualquer roteiro”. Chloe Wilson, “Beat Magazine”, 2010
vídeo