Encenação
Rodrigo García
Companhia
La Carnicería
Ficha Técnica
Criação Rodrigo García
Pianista Marino Formenti
Elenco Gonzalo Cunill, Nuria Lloansi, Juan Loriente, Juan Navarro, Jean-Benoît Ugeux
Diretor Técnico Roberto Cafaggini
Assistente de Direção John Romao
Figurinos Nelen Montoliu
Iluminação Carlos Marquerie
Criação de Vídeo Ramon Diago
Produção Théâtre Garonne
Sinopse
O espetáculo revisita o calvário de Jesus Cristo sob uma perspectiva crítica aos valores de adoração e mercantilização da fé. Para isso, propõe uma catarse no palco: um piquenique no Gólgota, local de suplício, que inclui a “crucificação” de uma atriz, além de um cenário composto por cerca de 25 mil pães de hambúrguer, sobre os quais os atores pisam ao se deslocar, moem carne e se relacionam de forma agressiva e sensual.
Histórico
Nascido em Buenos Aires em 1964, Rodrigo García vive na Espanha desde 1986, onde desenvolveu grande parte da sua atividade profissional. É autor, cenógrafo, videoartista e diretor de cena. Em 1989, fundou sua atual companhia, La Carnicería Teatro.
Seu trabalho teatral caracteriza-se por uma contínua experimentação, na qual é visível seu interesse pelas artes visuais, especialmente a instalação, assim como pela função da música e da gestualidade dos atores na encenação de suas peças. Textos seus como “Notas de cocina” (1994) e “Carnicero español” (1995) ganharam vários prêmios, foram traduzidos em vários idiomas e representados na Europa e na América Latina, tanto pela Carnicería Teatro como por outras companhias.
Fortuna Crítica
Cheiro de pão. Odor característico de pães de hambúrguer. O efeito é impressionante: o chão é feito de centenas de blocos dourados e perfumados. Ao fundo, uma tela em que imagens são projetadas. Muitas vezes, impressionantes quedas livres de pára-quedas. Sobre o palco, com vista para o jardim, um grupo de amigos se reúne para um piquenique… Trata-se de “Gólgota Picnic”, escrito e dirigido por Rodrigo Garcia, interpretado por cinco atores – quatro rapazes e uma mulher – e que se encerra com a interpretação da obra “Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, de Joseph Haydn, executada pelo pianista Marino Formenti (…). Enquanto isso, ondas de palavras, carnes picadas e vários líquidos nos fazem oscilar entre dois horizontes: o das referências acadêmicas à pintura, (com Arcimboldo , Mantegna , Yves Klein, entre outros), e aquele da crueza e da violência na sociedade ocidental de hoje, que se sufoca de consumo excessivo lado a lado com a pobreza que aumenta mais e mais de forma desesperadora. Armelle Heliot. Le Figaro.
“Gólgota Picnic” é uma das melhores performances de Rodrigo Garcia, uma meditação sorridente e implacável, a ponto de ser absurdo que o âmbito poético seja ofuscado pelo tumulto que a peça provocou na França. Em uma cena composta por milhares de pães de hambúrguer, cinco figuras acampam e discutem com a maior calma. Cinco indignados (…) discutem o sentido da vida, entre confissões verdadeiras ou falsas, aforismos e ocupações estranhas. Vigilantes de uma pilha de resíduos (no menu, carne e minhocas picadas), eles são os protagonistas de uma paixão na qual a cólera se esconde sob a ironia e os quadros vivos inspirados por pinturas religiosas são uma forma de re-teatralizar a dor, a alegria ou a perplexidade. René Solis. Libération Théâtre
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