Laboratório de Pedagogia da Performance

Performance ELA

Com: Vina Amorim

Ela, a coisa que nasce no lugar indevido. A célula que atira, cresce e mata. Ela é o pathos, a patologia, a morte. A performance de Vina Amorim parte da ideia da morte como luto, em uma sociedade estruturada pela necropolítica. A morte apresenta-se também como ponte para a travessia, como renascimento e transição. Guiada poeticamente pelo butô, a artista investiga memórias, cria imagens e busca as fissuras pelas quais surgem experiências inomináveis, que só dão conta de serem expressas quando dançadas. Desse modo, a performer se torna a curva que se desvia da norma. Ela é a travessia, é o incerto. Ela… o que fica depois da partida, o que não mente e se faz presente em cada movimento, experimentando o trânsito impregnado entre a presença e a ausência. ELA desobedece o que lhe foi dado no nascimento para ser imorredoura de todas nós.

Atividade gratuita e aberta ao público.

Vinicius Amorim

quando e Onde

9 de junho, quinta, às 15h

Centro Cultural Vila Itororó

Roda de conversa após performance: 

A mesa visa problematizar os processos criativos em dança no contexto atual brasileiro, tendo como disparador algumas matrizes poéticas provindas da dança butô e suas reverberações. O luto, a morte e a doença oferecem-se como pontos de fuga e pólos que circunscrevem um campo de forças poéticas, permitindo o surgimento de uma dança feita de vestígios da memória, feita não por abstrações conceituais, e sim pelo peso da carne. Uma inominável ____ feita de carne, desejos e poesia. Uma dança secretada por um corpo pleno de fissuras. Uma dança, uma doença, uma morte, uma travessia… Ela.

sobre

Vina Amorim é multi-artista, performer, dançarina, provocadora social, pesquisadora do corpo, mestranda em artes da cena. Pesquisa as relações entre a dança butô e as metáforas da doença, da morte e do luto. Transita entre as cidades de Ouro Preto e Belo Horizonte. Já performou em Portugal, França, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. É colaboradora ativa da Plataforma Queerlombos e do coletivo Anticorpos – Investigações em Dança.