10/03/2015 | Luciana Romagnolli
A professora Maria Helena Werneck (Unirio) apresentou o percurso de Yuri Butusov a partir de algumas genealogias, entre elas, as obras de Shakespeare já encenadas pelo diretor russo e que terima permitido a ele desenvolver a estética que se vê hoje. “Desde então, aparece o apagar da história” e a abordagem dos textos como “elementos de rebelião”, disse.
“O sonambulismo e o sonho seriam esses territórios que interrompem a causalidade. O que ele vai deliberadamente criticar é a ideia de uma ação dramática como intriga do saber. O que interessa é quando se dá uma pane”, observou a professora, identificando essa pesquisa do sonho como “hiperteatralidade”.
Werneck recorreu ao conceito de “pensamento em excesso”, discutido por Jacques Rancière em seu livro mais recente, Le Fil Perdu – Essais sur la fiction moderne, no qual o filósofo diz que os teatros do pensamento não estão nos espetáculos, mas nos textos, para expandir o raciocínio a uma “cena do pensamento”.
Outro caminha de aproximação à obra do diretor russo seguido pela palestrante foram relações entre desenho e performance, o desenho e sombras.
Por fim, foi exibido o documentário Eu Sou uma Gaivota!, sobre Valentina Karavaeva (1921-1997), atriz reclusa que, sem perspectivas de voltar a atuar profissionalmente, filmou a si mesma durante duas dácadas repeptidamente representando a personagem Nina, até morrer diante da câmera.