A 2ª MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta doze espetáculos da Rússia, Alemanha, Suíça, Ucrânia, Holanda, Itália, Israel, Colômbia e Brasil no período de 6 a 15 de março de 2015, em diversos teatros da capital paulista. A programação é perpassada por questões relativas às zonas de conflito que envolvem Rússia e Ucrânia, Israel e Palestina, considerando as tensões existentes nas relações humanas e nos espaços geográficos, e os modos como o diálogo entre esses povos pode dar-se na esfera das artes e traduzir-se em encenações contemporâneas. Para contemplar o assunto, estarão presentes expoentes da dança e do teatro internacionais, como Dmitry Krymov, Yuri Butusov, Andriy Zholdak e Arkadi Zaides.
Uma novidade desta edição é a primeira coprodução internacional, com a Holanda, para a estreia mundial em São Paulo do espetáculo Canção de Muito Longe, dirigido por Ivo van Hove, que traz o grupo Toneelgroep Amsterdam para realizar intercâmbio artístico com brasileiros. Escrita pelo britânico Simon Stephens, a dramaturgia coloca em cena um jovem banqueiro em luto pelo irmão mais novo, com música especialmente composta pelo cantor e compositor americano Mark Eitzel.
A Rússia faz-se presente com dois trabalhos, Opus Nº 7, escrito e dirigido por Dmitry Krymov, e A Gaivota, clássico de Anton Tchekhov com direção de Yuri Butusov. A Ucrânia traz o Woyzeck do diretor Andriy Zholdak, contemplado com o Prêmio UNESCO 2004 para as Artes Cênicas. Da Suíça, vem Stifters Dinge, espetáculo inspirado na obra de Adalbert Stifter, sob a direção do alemão Heiner Goebbels, um dos encenadores mais radicais da atualidade. Expoente no teatro italiano, Emma Dante escreve e dirige As Irmãs Macaluso. E a dança contemporânea israelense é representada por Arquivo, criação de Arkadi Zaides.
Duas encenadoras investigam as fricções entre teatro e cinema: a inglesa Katie Mitchell codirige com Leo Warner Senhorita Julia, livremente inspirado na obra de August Strindberg; e Christiane Jatahy transforma o mesmo texto em Julia, da Cia Vértice. A diretora brasileira apresenta ainda as versões para palco e cinema de E Se Elas Fossem Para Moscou?, criadas a partir de As Três Irmãs, de Tchekhov. Por sua vez, a companhia colombiana La Maldita Vanidad também se faz presente com dois espetáculos, Matando o Tempo, Primeiro Ato Inevitável: Nascer e Morrer de Amor, Segundo Ato Inevitável: Morrer.
O forte viés pedagógico da mostra permanece com a renovação dos eixos Olhares Críticos e Encontros Formativos, na intenção de potencializar o encontro entre o espectador e a obra criativa e fomentar a reflexão sobre os trabalhos artísticos.
Para ampliar e diversificar o público, serão ocupados teatros como o Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, Itaú Cultural, Sesc Consolação e Pinheiros, Sergio Cardoso, CCSP – Centro Cultural São Paulo, Teatro Flávio Império (zona leste) e Teatro Alfredo Mesquita (zona norte), entre outros.
A 2ª MITsp tem apresentação do Itaú Unibanco; é patrocinada pela Sabesp, Cesp e Oi; e correalizada pelo Sesc São Paulo, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e pelo Centro Internacional de Teatro Ecum – CIT Ecum. O evento é feito em parceria com o Itaú Cultural e o Oi Futuro; e conta com o financiamento das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura e do Fundo Nacional de Cultura.
fotos: Lígia Jardim
1ª EDIÇÃO
A ideia de realizar uma mostra internacional na cidade de São Paulo surgiu do encontro de Antonio Araujo, diretor do Teatro da Vertigem, e Guilherme Marques, diretor geral do CIT-Ecum – Centro Internacional de Teatro Ecum. Juntos, eles idealizaram e colocaram em prática, em 2014, um evento que ofereceu à cidade espetáculos significativos do cenário internacional, centrados na experimentação e na investigação.
Entre os dias 8 e 16 de março de 2014, a 1ª MITsp recebeu 11 produções vindas da Argentina, Chile, Uruguai, Brasil/Holanda, Turquia, Itália, Lituânia, Espanha, França e África do Sul, gerando uma grande mobilização de público, além de intensa reflexão crítica. Foram 35 apresentações, vistas por um total de 14.000 espectadores e distribuídas em nove espaços culturais da cidade.