Ancés

ARTISTA: Tieta Macau

Brasil, 2017 |  45 min. | Classificação indicativa: LIVRE

Ancés

11/6, às 19h

12/6, às 17h e às 20h

LOCAL: Teatro Arthur Azevedo – Sala Multiuso

Sinopse

Ancés traça um percurso entre presença e ausência, ativando memórias não codificadas em instâncias dizíveis ou lineares. A coreografia se desenrola da linearidade greco-romana de Cronos, marcada pelas horas, para um tempo e espaço direcionado a Iroko, orixá cultuado pelo candomblé no Brasil, regido pelo tempo de imanência da ação. Percorre o tempo de evocação e articulação de memórias, que se dão entre movimento, som e palavra, rastros que compõem o presente da criação. Com isso, Tieta Macau apresenta o espetáculo como modo de pensar/inventar relações entre ancestralidade, corpo, memória e contemporaneidade, colocando a dança como possibilidade de rearticular narrativas, tornar heterogêneo o que antes era homogêneo, causar estanques, interrupções, desviar de padrões, inventar, propor novos fins e inícios.

Histórico

Tieta Macau é filhe da serpente, criadore de macumbarias cênicas e outras espirais. Foi aprovade na edição 2020/2021 dos Laboratórios de Criação do Porto Iracema das Artes (CE) com o projeto Lança de Cabocla. Com o projeto Assombros e Trincheiras, teve aprovação na categoria criação do Panorama Raft, em coprodução com o Festival Panorama (RJ). Foi artiste convidade a colaborar na Plataforma EhCHo edição 2021, espaço de fomento e difusão internacional idealizado por Denise Ferreira da Silva e outros artistas e pesquisadores. Premiade melhor atriz em curta-metragem no 49° Festival de Cinema de Gramado e em longa como melhor atriz coadjuvante no 43°Guarnicê de Cinema, atualmente está participando do programa de bolsas de pesquisa e criação do PACT ZOLVERREIN (ALE). Entre 2021 e 2022, participou do Manifesta 22 e Festival Refestália na programação do centenário de arte moderna do Sesc-SP. É licenciade em Teatro pela UFMA(MA), cursa o bacharelado em Dança e o mestrado em História Social na UFC (CE).

FORTUNA CRÍTICA

“No pensamento fanoniano, descolonizar é o processo ou a capacidade do sujeito colonizado de dizer não, uma negação que o torna um sujeito político. Dessa forma, o corpo colonizado deixa de ser objeto e passa a ser sujeito, dono de sua história. A simplicidade; áspero, indelicado, natural; sem educação. Este é o processo de descolonização, voltando à origem, sendo natural. Aquela simplicidade que não se domestica, ou não se deixa dominar. Um dos pensamentos eurocêntricos era a dominação pela domesticação do corpo, mente e espírito. Portanto, o descolonizado é aquele que diz não. Tieta, indelicada, insulta o dono de sua história, que não embranquece.

D.C., Terremoto

Ficha Técnica

Criação e performance: Tieta Macau
Criação sonora: Elton Panamby
Iluminação e produção: Abeju RIzzo