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Na noite de ontem (10), o diretor de teatro Felipe Hirsch e os atores Ali e Hedi Thabet conversaram com o público na sala Jardel Filho do CCSP, após a segunda apresentação dos espetáculos “Nós somos semelhantes a esses sapos…” + Ali. A recepção calorosa dos espectadores em relação aos trabalhos contribuiu para o tom mais informal da conversa, que teve mediação da jornalista Beth Néspoli.

Em sua fala, Hirsch ressaltou a potência emocional da dramaturgia do grupo e o caráter íntimo das relações entre os intérpretes. “Embora eles tenham desenvolvido ao longo de 12 anos uma grande capacidade de virtuose sobre o trabalho, isso em nenhum momento fica à frente do espetáculo. O trabalho é altamente dramatúrgico, uma historia de amor contada com muita sutileza e delicadeza, na qual trios e duos se conflitam e se embatem e na qual toda essa capacidade de virtuose que eles têm é simplesmente uma ferramenta para se criar um espetáculo altamente emocional”, reflete o diretor curitibano.

Aspecto importante para a linguagem construída pelo grupo nos dois trabalhos, a ausência de uma das perna do performer Hedi Thabet, em decorrência de um câncer nos ossos, também atravessou a conversa de ontem. “Os espetáculos foram construídos com cinco anos de diferença, então são maneiras de trabalhar completamente distintas. Quando fizemos Ali, foi a primeira vez que me coloquei no palco daquela forma, então o assunto era a amizade, mas tratamos muito dessas diferentes aproximações com os nossos corpos. Já a segunda peça (“Nós somos…”) não tem nada a ver com a questão da deficiência, claro que ela está ali, mas trata-se de um jogo de situações dramáticas sobre o amor”, compara Hedi Thabet.

Os irmãos Thabet ressaltaram ainda a busca pela sinceridade nos trabalhos da companhia.  “O que nos impulsiona é tentar contar uma história e chegar ao que realmente somos”, diz Ali. E Hedi completa: “Deve haver uma honestidade em relação ao que nos atravessa e na relação com os meus companheiros. É isso que busco”.