A Emparedada da Rua Nova

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Direção: Eliana de Santana
Quando: 7/3, às 20h e 22h
Onde: Teatro do Sesc Ipiranga
Duração: 45 min
Classificação indicativa: Acima de 14

Sinopse

Baseada na obra literária homônima do escritor pernambucano Carneiro Vilela (1846-1913), A Emparedada da Rua Nova é um solo de dança encenada pela intérprete e coreógrafa Eliana de Santana. O livro relata o caso de uma jovem que é emparedada viva em seu próprio quarto, a mando do pai, para preservar a honra e encobrir a vergonha familiar. Eliana de Santana inspira-se no ambiente de mistério que envolve a obra. Velas iluminam todo o espaço. Há um corpo e uma parede, um corpo murado. A plateia recebe um copo de água ao entrar no espaço e é convidada a “beber a morta”. A personagem emparedada dança. Uma música fala de amor. Silêncio. A personagem ainda dança. Outra voz canta o amor. Há uma aparição e depois um fim. Apagam-se as velas.

Embora o romance retrate com vivacidade os costumes da sociedade recifense do final do século XIX, é o seu desfecho macabro, o relato do emparedamento, que ajuda a criar esta lenda urbana. A assombração da Emparedada ainda ronda o Recife Antigo. Até hoje, fala-se da presença da morta, contam-se histórias sobre ruídos estranhos e gemidos na casa da rua Nova. Essas histórias, contadas de geração em geração, inspiram este trabalho, que trata de violências, lembranças, aparições, presenças momentâneas, espectros e fantasmas. Uma investigação, no corpo e na cena, sobre a condição feminina, os temas da morte, do amor e do sobrenatural.

Histórico

Eliana de Santana, artista da cena e intérprete de dança, inicia-se no teatro em 1984. Em 1996 estreia Tragédia Brasileira, primeiro trabalho autoral, que teve apoio da Bolsa Rede Stagium. Em seguida criou o solo Das Faces do Corpo, pesquisa contemplada com a Bolsa Vitae de Artes. Em 2006, sua peça Francisca da Silva de Oliveira Chica da Silva Um Esboço, é contemplada com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna. Em 2008 estreia … e das outras doçuras de deus, inspirado em crônicas de Clarice Lispector e recebe com este trabalho o Prêmio APCA na categoria Intérprete Criador em Dança (2011). Nos anos seguintes cria os trabalhos Onde os Começos? (2010), Dos Prazeres e Afro Margin (2012), Baleia e A Emparedada da Rua Nova (2014), e Blue (2015). Em 2018, trabalha na criação da nova peça Música para Ver.

Ficha Técnica

Direção Geral e interpretação: Eliana de Santana
Performer convidado, criação de luz e espaço cênico: Hernandes de Oliveira
Trilha sonora e Figurinos: Eliana de Santana e Hernandes de Oliveira
Operação de luz e som: Rodrigo Eloi Leão
Produção: E² Cia de Teatro e Dança
Fotos: Rodrigo Eloi Leão

Ao encontrar e sugerir tantos procedimentos estrangeiros ao tradicional desta prática, a performer cria uma poderosa homenagem à tradição (talvez) do butô. No segundo momento tudo está no rosto e no ar que rodeia seu crânio. É possível dizer que esta feiticeira tem um estranho pacto com a atmosfera da sala”.
Marcio Tito – www.antropositivo.com.br